terça-feira, 26 de abril de 2011

La vie de Jeanne - Partie II

Bonjour !


Onde eu tinha parado ? ah...sim ^^

Logo após o ataque Borgonhês, fui com meu tio Durant Laxard para Vauncoleurs, único lugar que conhecia onde teria chances de conhecer o Delfim, a primeira coisa que poderia fazer era encontrar o regente de Vauncoleurs, e assim fizemos. Meu tio [Na verdade ele era primo da Jeanne, mas pela diferença de idade ela o chamava de tio :T] me levou para convencer o Capitão Robert de Baudricourt a me levar até Chinon, onde o Delfim estava, mas podem imaginar que uma pessoa do status dele não ia acreditar no que eu dizia, então ele me mandou de volta para casa.
Podem me chamar de teimosa ou cabeça dura, mas sei que fiz a escolha certa ao voltar todos os dias para rezar na igreja do castelo de Sir Robert,por alguma razão as pessoas começaram a me chamar de “Virgem de Lorena” deve ser por causa da profecia de Merlin, mas eu não era a Virgem e creio que ainda não seja, em alguma das minhas idas ao castelo eu conheci o Jean d’Metz e Bertrand de Poulengy ^^.

Ambos trabalhavam para Sir. Robert, mas diferente dele, eles acreditaram em mim, por sinal foram duas pessoas que me acompanharam até o fim de minha jornada, eles me entregaram roupas masculinas, assim como os havia pedido, e talvez... pela fé que colocaram em mim que Sir. Robert tenha me permitido ir a Chinon, o que importa era que aquela etapa da minha missão estava cumprida. E assim eu, Jean e Bertrand saímos de Vauncoleurs e rumamos em direção ao Delfim.

Chinon
Ah, Chinon... o local em que tudo resolveu mudar. Após mais de 10 dias de viagem e mais alguns esperando e orando, recebi a permissão de visitar o Delfim em sua corte, era um local belo, cercado pela nobreza.... mesmo assim, era manchado pela escuridão da época...

Adentrei no salão timidamente, os presentes abriram passagem para a direção do trono e eu segui esse caminho, ficando frente ao homem sentado no trono, mas.... não era este o delfim que procurava.

Talvez estivessem me testando, eu não saberia dizer, estava confusa demais para pensar nisso no momento, olhei em volta e avistei o homem a quem minhas vozes me contaram, ali... dentre um grupo de mulheres, estava meu querido Delfim, rapidamente me ajoelhei perante sua presença, a multidão pareceu aprovar minha ação, eu não me lembro, olhava diretamente para o homem que seria o Rei da França.

Pedir para lhe falar em particular, felizmente meu pedido foi atendido, mas claro... nem ele tinha tanta confiança em mim ainda, então ele me pediu um sinal de que fosse enviada de Dieu.... e eu o mostrei. Sei que devem estar curiosos sobre o que era, mas juramos guardar segredo sobre aquilo ^^’.(*)

Após nossa conversa Charles VII mostrava grande confiança em mim, porém como nada é fácil nessa vida, seus conselheiros me mandaram para um interrogatório e depois um exame para provar minha virgindade. Passei com louvor dessas provações, minha missão não estava cumprida e eu faria o necessário para realizar o desejo de Dieu.
Finalmente, aos meus dezessete anos, foi permitido me unir ao exercito, rumamos para Tours, onde consegui meu estandarte, minha armadura branca, me livrei de meus cabelos longos e pedi que me buscasse a espada de Carlos Martel, enterrada atrás do altar da igreja de Santa Catarina, minha protetora.(**).

 E então fomos para Blois, onde conheci mais pessoas que seriam importantes em minha jornada Jean de Alençon, ou Duque de Alençon, Raul de Gauncourt, Regnault de Chartres, Poton de Xaintrailles, Gilles de Rais e Ètienne de Vignolles, o conhecido La Hire.

Comparada a esses generais eu não era nada, mas não que eu fosse, sempre serei aquela camponesa do Vale de Lorena, mas... com eles aprendi tanta coisa que seria fundamental na minha vida militar, sou eternamente grata ^^, mesmo o Gilles ainda me assustando um pouco ^^’ (***).E não me envergonho em dizer que a primeira coisa que fiz ao conhecer minhas tropas, foi de banir a jogatina e não permitir a presença de mulheres [OFF: É, as prostitutas mesmo] em meio aos soldados, de inicio ninguém gostou disso, mas se íamos lutar pelo nome de Dieu, ao menos tínhamos que manter sua honra.

Orléans 
O último forte francês da época, se a cidade caísse, a França seria derrotada, dentro daquelas muralhas conheci Dunois, ou o Bastardo de Orléans. Um homem digno, tão preocupado com seu povo e ainda assim um exímio guerreiro, como o admirava.

Enviei uma carta aos ingleses, pedindo que se rendessem e fosse embora em paz, claro que não me ouviram. O cerco contra Orléans continuava em pé e assim, meus aliados decidiram um ataque, sem me consultarem.
Quando acordei a cidade estava eufórica com a batalha nas trincheiras de Saint-Loup, todos vocês sabem que não sou um soldado e por isso que só depois de vestir minha armadura, subir em meu cavalo e marchar para o campo da batalha que comecei a tremer, sangue e corpos para todo o lado, o exército francês perdia e eu tinha medo, não por mim, mas pelo significado que aquela batalha teria.
  
Eu acho que me deparei em um daqueles momentos em que o corpo humano esquece a razão e segue suas emoções, pois quando dei por mim estava em frente as nossas tropas, com o estandarte erguido e gritando para eles avançarem...
Flechas caíam para todo o lado, eu implorava que os ingleses fossem embora á salvo e em paz, antes que a poderosa espada francesa os cortasse, e ela estava cortando... e derramando mais sangue. Não há glória em uma batalha, não há glória em fazer vítimas, e não há glória em ficar em pé sobre o sangue misturado de seus inimigos e aliados, mas... ao final da campanha contra Saint-Loup, todos estavam alegres.


Agora, só faltava a Tourelles para acabar com o cerco contra Orléans, fizemos nossos planejamentos, pedimos aos padres que abençoassem nossas tropas, pedi a opinião de meus mensageiros e por fim... nós agimos.
Em meios aos meus gritos de apoios as tropas, os soldados se atracando e os gritos de nossos inimigos me difamando, a dor em meu ombro veio rapidamente, meu corpo cambaleou e ouvi a voz de meus amados amigos gritarem meu nome em desespero, não lembro o que aconteceu em seguida.... mas quando abri meus olhos estávamos longe da batalha, em um acampamento improvisado, haviam pessoas demais a minha volta, a dor ainda estava lá e senti lágrimas escorrerem pelo meus rosto, nunca tive tanto medo na minha vida, mas meus mensageiros estavam ali, e eles me acalmaram com suas palavras gentis.

Só então percebi que ninguém estava mais em combate, eu tinha medo, mas nossa missão vinha em primeiro lugar, com ajuda arranquei a flecha de meu ombro, mesmo escutando os avisos de meus amigos, enfaixaram o como puderam e voltei a levantar meu estandarte. Admito foi engraçado ver a mudança de expressão no rosto dos ingleses ao me verem em pé e viva, e assim nosso ataque continuou. No fim do dia Tourelles era nossa.

E nessa batalha, meu adorado La Hire teve um grande peso de suas costas tirado, Sir. William Glasdale viera a falecer naquele dia. La Hire lhe guardava rancor pela antiga batalha de Agencourt, onde as forças francesas tinham sido massacradas pelos ingleses, La Hire esteve lá e viu Glasdale matar mais franceses do que qualquer outro.
Após isso recuperamos a cidade de Jargeau, Meung e por fim Beaugency.e claro a batalha em Patay, uma batalha formidável, entretanto sangrenta como todas as outras, onde conseguimos capturar o conhecido general inglês John Talbot.(****)

E então nossa próxima missão seria guiar o Delfim a Reims, com Alençon juntamos um exército para nos guiar, seguimos para Auxerre e em seguida Saint- Florentin, onde conseguimos manter um pacto de neutralidade. Depois convenci meu exercito a esperar pacientemente pela desistência de Troyes, meus mensageiros asseguraram nossa vitória pacifica sobre a cidade. Depois fomos a Châlons e finalmente, a tão esperada Reims.

Reims
É uma antiga tradição francesa o rei ser coroado em Reims, e assim aconteceu...

A catedral estava linda, mesmo perante ao cenário frio da guerra, ela brilhava majestosamente, lembro de olhar em volta e ver os rostos de meus amigos mais próximos felizes, parte de minha missão estava finalmente cumprida, e quando o Delfim entrou... foi tão lindo...

A entrega da coroa.... Alençon abraçando seu primo com a capa de veludo azul, costumeira dos reis.... os símbolos sobre seus braços que mostravam seu poder... e a caminhada pela multidão que lhe observava de coração aquecido... tudo tão maravilhoso, lembro de estar sorrindo, de ajoelhar perante sua figura e abraçar em prantos as pernas do meu querido Rei Charles VII.

Paris.
Senti outro choque acertar minha coxa, uma flecha perfurou a armadura e atravessara a carne da minha perna, estávamos tentando recuperar Paris, mas o meu exercito era muito menor do que o que pedi, o Rei não compareceu perante mim e estávamos sendo derrotados, além é claro do meu ferimento agora, a pedido de meus amigos abandonei a batalha para cuidar do ferimento. Eu não queria, mas foi necessário.

Quando pedi para voltarmos ao ataque meu exercito foi desfeito pelo Rei, meus amigos foram afastados de mim e eu só tive uma mensagem de minhas vozes, eu seria capturada.

Consegui juntar alguns fiéis e vencer, e infelizmente, perder algumas batalhas, e então... finalmente, perante uma armadilha, eu fui capturada pelo exército Borgonhês

Au revoir .
  
(*) – Há varias versões sobre o que a Joana mostrou a Charles, eu prefiro que cada um tire sua conclusão sobre isso, e faça uma pequena pesquisa >D.
(**) – O interessante é que até então ninguém sabia da localização da espada, afirmam que Joana sabia onde estava por causa de suas “vozes”.
(***) – Mais informações na terceira parte.
(****) – Achei um texto realmente interessante sobre esse embate, aos interessados que quiserem ler é só pedir.

[OFF: A última parte talvez demore bastante para sair , vou precisar de muitas pesquisas  '-']